Uma coisa me emocionou muito por esses dias, conheço bem o jeito meigo, espontâneo, alegre, querida, enfim, muitas qualidades da minha filha, porém pude vivenciar a sensibilidade da minha pequena. Não que eu não soubesse que ela era sensível, mas tem certos sentimentos que somente afloram em certas situações.
Perdemos nossa gatinha, a Branquinha, que estava com a gente a um bom tempo. Primeiro sentímos falta dela, mais gato vocês sabem como é né?? Ela não era de sair, mas quando um gato sai não é de se estranhar. E depois recebemos a informação de que ela tinha sido atropelada. Eu ainda tenho a sensação de que ela vai voltar a qualquer momento, mais é puro otimismo. Ela já teria voltado.
Sempre achei importante a Isadora se relacionar com animais, assim que me casei meu marido e eu resolvemos adquirir um animalzinho de estimação. Sempre amei gatos, mais minha mãe não deixava eu ter em casa, quando me casei percebi que aquele espaço em casa era meu, só meu, e alí eu queria um gatinho. Tinha certeza que a Isadora também necessitava dessa relação. Porém tivemos tentativas frustradas de ter esses bichinhos. O primeiro gatinho, filhotinho, pulou a janela e num voltou mais. Daí veio a BIBI, ficou um bom tempo com a gente:
A vimos crescer, ficou grande e forte, deu cria e no dia seguinte saiu e nunca mais voltou (depressão pós-parto talvez?). Os três filhotinhos não resistiram, compramos "chuquinhas" para dar mamá, tentamos dar o leito com colher, mais eles nem chegaram a ganhar peso. Isadora apesar de apegada com a Bibi não sentiu tanto a perda.
Depois veio a TORTA (da onde surgiu esse nome?? Não me pergunte). Não foi a gente que adotou ela, ELA nos adotou, apareceu na porta de casa, entrou, e não saiu mais! Que paixão de gatinha, muito meiga, nos apegamos a ela e ela a nós. Também era muito bem cuidada, não saia pra nada, deu cria, criou os bichinhos, e depois de criados também foi embora.
Isadora sentiu sim a perda da Torta, mais como a gente fica sem notícias a gente espera que ainda volte, ou que se foi embora está num outro lugar sendo bem cuidada também.
Sobraram em casa o seus filhos, o Negão, o tigrão e a Branquinha, não tive coragem de doar. Todos são mega especiais, meigos e apegados. Agora, a Branquinha. Ahhhhhhh a Branquinha, ela era especial demais, era um grude, ela deitava a cabeça no travesseiro que nem gente. Eu ia pra cozinha ela ia pra cozinha e deitava no meu pé, ela até me irritava porque eu tava sempre tropeçando nela, porque ela tava sempre no meu pé. Ela tinha ciúme da Isadora, eu chamava a Isadora ou brincava e ela já vinha no meio bem entre a gente, e com o computador então, ela vinha nas teclas e ficava olhando pra minha cara, eu sentava pra fazer xixi e ela ia no ralinho do banheiro fazer xixi também. Gente, sem explicação, especial demais.
E quando meu marido apareceu contando o que tinha acontecido, a Dorinha ouviu, e eu fui logo abafando, dizendo que havia muitos gatos parecidos com ela aqui no bairro (e realmente tem), mais no fundo eu sabia, ela já estava fora a 3 dias.
Com esse calor estavamos no quintal de casa tomando um ar, ea Isadora disse: "Mamãe, não era a branquinha não que foi atropelada, foi a gata da porteira né mamãe?(Uma casa vizinha)" E eu respondi o seguinte: "Filha, não era a branquinha não. Mais eu acho que ela foi embora, acho que ela não vai mais voltar." Isadora começou a coçar o olhinho cheio de lágrimas, e um segundo depois desabou a chorar, e disse só uma coisa "Mamãe, a Branquinha vai voltar, eu amo ela".
Agradeci naquele momento pela vida da minha pequena, agradeci pela sua existência, agradeci por estar passando por aquele momento que ainda que fosse trágico fosse cheio de amor. Eu estava muito triste, mais estava orgulhosa da minha pequena. Não se fala mais nesse assunto aqui em casa, já que entristece a Mamãe, o Papai e a filhinha. Mais o sentimento é verdadeiro.
Sei que por mais que a gente queira a gente não tem como privar as crianças do sofrimento, mais é importante que ela esteja passando por isso agora, afinal isso é só uma amostra grátis do que a vida nos prepara não é?!?!?
E a essa paixãozinha que alegrou a nossa casa, a maneira que eu tenho de retribuir tanto carinho que nos foi dado é continuar a dar amor a seus irmãos, que também são nossos xodózinhos!
GIULIANA NOGUEIRA